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A Conjuração Baiana e sua ligação com o Iluminismo – 1798

Por Prof. Leo Martins

A Conjuração Baiana, também conhecida como Conjuração dos Alfaiates, foi uma revolta emancipacionista ocorrida na Bahia, no final do século XVIII. Ela teve como principal motivador a queda do açúcar, a partir da segunda metade do século XVII, que levou o Nordeste a enfrentar problemas econômicos. O declínio da Bahia acentuou-se a partir de 1763, quando dentro das reformas do Marquês de Pombal, a capital foi transferida para o Rio de Janeiro.

Outras razões para a Conjuração Baiana

O século XVIII é o momento da crise do sistema colonial. Internamente, os colonos protestavam contra a opressão fiscal e tributária da metrópole. No campo internacional, ideias liberais ecoavam e chegaram até o Brasil e estimulavam a eclosão de revoltas.

No dia 12 de agosto de 1789, em Salvador, estavam afixados em lugares públicos as seguintes palavras: “Animai-vos povo da Bahia, que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade. O tempo que seremos todos irmãos, tempo em que seremos todos iguais”. Nota-se nas palavras as ideias Iluministas: liberdade, fraternidade e igualdade. A Conjuração Baiana, no campo das ideias, também foi influenciada pela Revolução Francesa.

Um levante popular

O movimento ficou marcado pela ampla participação das camadas populares, negros alforriados, escravos, mulatos, e um número muito grande de alfaiates. Seus objetivos eram:

  • fim da escravidão (principal)
  • melhores condições sociais de vida,
  • fim do preconceito racial na sociedade
  • melhores soldos para os militares de baixa patente.

Por ser um movimento das camadas populares, não teve o apoio da elite baiana, principalmente pela bandeira antiescravista. No entanto, Cipriano Barata, médico e jornalista, conhecido como “médico dos pobres”, deu apoio intelectual ao movimento. Assim como na Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana teve apoio da sociedade secreta “Cavaleiros da Luz”.

O movimento emancipacionista, que desejava proclamar a República Baiense, foi reprimido com extrema violência. Foram enforcados os alfaiates João de Deus, Manuel Faustina e Luís Gonzaga das Virgens. Ocorreram também degredos e prisões.

Independentemente do desfecho, tanto a Inconfidência Mineira quanto a Conjuração Baiana foram movimentos emancipacionistas, inspirados nas ideias iluministas. Eram diferentes com relação aos participantes: no movimento mineiro, foi notável a participação das elites e no movimento baiano, as camadas populares predominaram. A questão escravocrata também foi um elemento que diferenciou os dois movimentos. Enquanto na Inconfidência Mineira os participantes defendiam apenas a liberdade para os escravos nascidos aqui, a Conjuração Baiana defendia a abolição irrestrita.

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