“Como escolher meu nome de guerra, professor Maciel”?
Essa é uma das perguntas mais frequentes que escuto dos meus alunos que vão fazer a prova para a escola de Aprendizes Marinheiros.
Durante algum tempo, eu respondia que, primeiro, é preciso obter a aprovação para aí sim, pensar em pormenores como o nome de guerra.
Mas, pensando melhor, a carreira militar é feita de detalhes, então, faz sentido pensar em como queremos ser chamados durante nosso período na caserna.
O que significa nome de guerra?
Nome de guerra nada mais é do que o nome pelo qual um militar é conhecido pelo seu comando e pela unidade onde serve.
No caso dos marinheiros, essa unidade geralmente são os navios, mas é possível servir também em quartéis em terra, inclusive de fuzileiros.
Todo militar tem autonomia para decidir o nome pelo qual prefere ser chamado.
Eu mesmo, enquanto estive na Marinha, fui chamado por dois nomes diferentes.
Aí você pode estar se perguntando “mas por que você mudou de nome”?
Bom, nesse caso, é preciso considerar que nem sempre a escolha do nome de guerra é facultado ao militar.
Veja em que situações isso acontece.
Quem escolhe o nome de guerra?
Embora seja uma prerrogativa de todo militar decidir qual será seu nome de guerra, em certos casos especiais essa não é uma opção.
No caso dos aprendizes marinheiros, isso acontece assim que ele ingressa no curso de formação em uma das quatro escolas de aprendizes brasileiras e, em certos casos, nos cursos de formação de cabos e sargentos.
Isso quer dizer que, enquanto você estiver em formação, a escolha do seu nome de guerra caberá aos instrutores.
Então, esteja preparado para ser chamado por um nome que você pode não gostar muito nessa fase inicial da sua carreira.
E o nome de guerra para aprendiz de marinheiro?
A rotina de um aprendiz marinheiro não é muito diferente da dos militares de outras forças.
No curso de formação, você estará sempre envolvido em instruções, aulas em sala, exercícios embarcados ou em linha de tiro.
Estando quase o tempo todo em grupo, é necessário que você seja identificado prontamente, tanto pelo seu número de aluno quanto pelo nome de guerra.
Lembre-se que, como um militar da Marinha, é fundamental estar pronto para ser empregado em missões e até em situações de emergência em navios.
Por isso, quanto mais rapidamente você puder ser identificado pelos seus superiores hierárquicos, melhor.
Então, como escolher meu nome de guerra?
O curso de formação é a etapa mais curta de uma carreira de, pelo menos, 30 anos.
Durante a maior parte desse tempo, é você quem vai decidir qual será o nome pelo qual pretende ser conhecido.
Por outro lado, a vida de um marinheiro é repleta de mudanças e movimentações, ou seja, o militar está sempre sendo transferido de uma Organização Militar (OM) para outra.
Com isso, há os que preferem mudar de nome de guerra, dependendo do local em que vão servir.
Outros se mantêm “fiéis” ao seu nome preferido, só mudando caso haja muitos “xarás” a bordo.
Entenda o que está em jogo em cada uma dessas situações para escolher bem o seu futuro nome de guerra.
Observe o restante da tripulação
Imagine que você se chama João da Silva.
É um nome bastante comum e, por isso, são grandes as chances de haver pelo menos mais um companheiro de farda com o mesmo nome de guerra que o seu.
Por isso, o primeiro critério a ser considerado não é a sua preferência pessoal, mas quantas pessoas na sua unidade tenham o mesmo nome de guerra.
Então, se seu nome for “Silva” e já houver outro, considere a mudança para J.Silva, ou mesmo João da Silva, já que é possível adotar nomes compostos.
Atente à pronúncia
Em contrapartida, há pessoas com nomes mais difíceis de pronunciar ou pouco comuns.
Quem tem sobrenome estrangeiro precisa ficar atento, já que as chances de haver erros de grafia e de pronúncia são maiores.
Isso pode prejudicar, por exemplo, na hora de entrar na escala de serviço, em que um nome de guerra muito difícil de escrever pode dar motivo para equívocos de parte a parte.
Prefira nomes mais fáceis
O ideal é que você escolha nomes que o destaquem facilmente na tropa e que sejam fáceis de memorizar e de pronunciar.
Foi assim que eu decidi como escolher meu nome de guerra enquanto estive na ativa, já que meu primeiro nome, Walbert, não é assim tão simples de escrever e de pronunciar.
Continue aprendendo sobre a vida militar, lendo os artigos no blog do Curso Maciel.
