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Revolta de Beckman e a crise do pacto colonial

Por prof. Leo Martins

Sabemos que a segunda metade do século XVII e o século XVIII representam um momento de crise do sistema colonial, emque fatores internos e externos estimularam a eclosão de revoltas emancipacionistas ou não.

Esses movimentos tinham como causa principal a insatisfação dos colonos com a dominação portuguesa. Contudo, elas ocorreram em contextos específicos, por isso é muito importante entender as causas e objetivos de cada uma dessas revoltas, assim como o cenário nas províncias onde elas ocorrem.

As sempre presentes dificuldades econômicas

Desde a segunda metade do século XVII, o Maranhão sofria com problemas econômicos. Tinha dificuldades para escoar seus produtos e de adquirir produtos metropolitanos. Para tentar solucionar esses problemas, a coroa portuguesa criou, em 1682 a Companhia de Comércio do Estado do Maranhão. Sua finalidade era comprar produtos maranhenses, como o açúcar, e fornecer produtos metropolitanos e escravos ao Maranhão.

O fato de a Companhia ter o monopólio de comércio no Maranhão acabou fazendo com que os colonos ficassem sujeitos aos altos preços por ela estipulados. Não houve abastecimento satisfatório de produtos importantes e o preço dos escravos encareceu demais. A Companhia acabou sendo um péssimo negócio aos colonos maranhenses.

Os senhores de engenho e a volta à escravidão de nativos

Em resposta à crise e devido ao abusivo preço dos escravos, os senhores de engenho tentaram escravizar nativos, mas os jesuítas logo proibiram tal ação. Sem alternativas e sem diálogo entre as partes, a revolta explodiu em 1684, liderada pelo senhor de engenho Manuel Beckman.

Suas causas primárias são basicamente duas: a insatisfação com os altos preços devido ao monopólio da Companhia e o fato de os jesuítas proibirem a escravização indígena. Os revoltosos queriam relações comerciais mais justas.

Armazéns da Companhia foram saqueados e os jesuítas foram expulsos do Maranhão. Com o impasse longe de uma solução, Manuel Beckman chegou a criar um governo provisório, enquanto o seu irmão, Tomás Beckman foi enviado à Lisboa para levar as reivindicações dos revoltosos. Tais reivindicações não foram atendidas e ele acabou preso e enviado ao Brasil. Junto com Tomás Beckman, veio um novo governador para ocupar o poder no Maranhão chamado Gomes Freire de Andrade, que acabou com o movimento.

Manuel Beckman ao tentar libertar seu irmão da prisão, foi traído por um afilhado e acabou morto.

Vale destacar que a Revolta de Beckman foi uma revolta nativista, não emancipacionista, pois a condição de colônia não foi contestada. Fique atento a essa importante característica, já que questões desse tipo são comuns em concursos públicos.

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